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Aumento da procura por repelentes faz empresa de SP dobrar produção

Medo da dengue, chikungunya e zika vírus fez até lista de espera na capital

A alta demanda por repelentes fez dobrar a produção do material em uma fábrica em Sarapuí, localizada a 160 quilômetros da capital paulista. Devido à preocupação com a dengue, a febre chikungunya e o zika vírus, a procura é tanta que tem fila de espera pelo produto em famácias de São Paulo (SP). Os funcionários da empresa vão ficar sem folga no final do ano.

A previsão inicial era produzir 1,5 milhão de repelentes até março, mas com o aumento dos casos de zika vírus, os planos mudaram. Serão 2,5 milhões de unidades. O único problema foi reorganizar a compra da matéria-prima do repelente e as embalagens. O produto é feito à base de icaridina, uma substância importada que é menos tóxica do que as outras.

Os donos ficaram surpresos também com o aumento nas vendas, que já cresceram 1.100% neste ano em comparação com o ano passado. "Como pegou esse período de final de ano, que a maioria dos fornecedores entra de férias coletivas, a gente teve alguma dificuldade na reprogramação. Mas vamos conseguir abastecer. Teremos custos adicionais, mas é uma questão de saúde pública e a empresa entende que deve assumir esses custos para atender à população", conta Cássio de Souza Barros, proprietário da fábrica.

Ele conta ainda que os estoques nas 40 mil farmácias, que vendem o repelente em todo o país, já estão no fim e os pedidos não param de chegar. "Acredito que na primeira semana de janeiro já teremos um pouco de alívio. A partir de 15 de janeiro teremos nas farmácias os produtos disponíveis", diz Barros.

Fila em farmácia

Os pedidos de produtos em uma farmácia em São Paulo, normalmente, são entregues de um dia para o outro. Mas, no caso dos repelentes, podem demorar uma semana para chegar. E tem até lista de espera. Os clientes vêm, não acham e já deixam encomendado. E dificilmente eles querem só um frasco. A ideia é estocar em casa.

Pelas contas do gerente de uma farmácia, Murilo dos Santos, a cada 50 unidades que chegam, 30 já estão encomendadas. "E você liga e o cliente vem mesmo buscar. Se você recebe a mercadoria 10h da manhã, coloca na prateleira, às 11h já não tem mais nada." Em outras farmácias no Centro de São Paulo, também não tinha repelente para vender. Em uma delas, quando tem, o cliente só pode comprar no máximo três produtos.

A secretária Cláudia Fernanda passou a manhã procurando repelente. Ela está preocupada com a filha grávida de quatro meses. "Aquele que eu quero, não tem. Não dá para esperar na lista com uma grávida."

Já a advogada Priscila Pinheiro, grávida de dois meses, tenta há um mês comprar um repelente e teve sorte. "Fomos em várias farmácias e foi por acaso que encontramos. E só havia dois deles", afirmou.

Não é qualquer repelente que funciona contra o Aedes aegypti. O produto precisa ter na fórmula princípios ativos específicos, como a icaridina e o deet. Jean Gorinchteyn, infectologista do Hospital Emílio Ribas, diz que o uso é seguro, inclusive para mulheres grávidas, mas recomenda alguns cuidados. "Não passar mais do que três vezes ao dia para evitar riscos de intoxicação, usar apenas nas áreas do corpo que ficam descobertas e não dormir com repelente."

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