Amigos e fãs se reuniram para o adeus ao ator Ney Latorraca, que morreu na quinta-feira (26), aos 80 anos. O velório acontece nesta sexta (27), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A cerimônia de despedida é aberta ao público das 10h30 às 13h30. O corpo chegou ao local às 9h.
Ney estava internado desde o dia 20 de dezembro na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul da cidade, por conta do agravamento de um câncer de próstata. De acordo com o g1, a morte aconteceu em decorrência de uma sepse pulmonar.
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Fãs, que estavam na porta do Municipal, homenagearam o artista com cartazes.
O ator será cremado em um ato fechado para familiares e amigos às 15h, mas o local não foi divulgado. Ney estava internado na Clínica São Vicente, no Rio, desde o último dia 20 de dezembro e havia sido diagnosticado com câncer de próstata em 2019. Ele deixou o marido, Edi Botelho, com quem era casado há 30 anos.
Vida e obra
Ney Latorraca nasceu em 25 de julho de 1944, em Santos, São Paulo. Em entrevista ao Memória Globo, o ator contou que os pais eram aristas, trabalhavam em cassinos, até que o jogo foi proibido em todo o território nacional, e o casal se viu com muitas dificuldades financeiras.
"Aprendi desde pequeno que precisava representar para sobreviver, o que nunca me deixou um trauma, pelo contrário. Sempre fui uma criança diferente das outras, tive uma história instigante. Às vezes, eu tinha que dormir cedo porque não havia o que comer em casa. Então, até hoje, para mim, estou no lucro. Minha vida é sempre lucro", disse à época.
Na entrevista, Ney revelou que já dava sinais de que sabia usar o humor em suas atuações. "Na época do colégio, eu já representava. Descobri que um professor era espírita. Então, eu recebia entidades para passar de ano. Eu me jogava no chão para conseguir nota, babava. E passava. Eu era um pequeno monstrinho. Foi ali que comecei a fazer teatro".
Ney trabalhou em banco, loja de roupas e vendeu joias até voltar de vez para a atuação. O ator trabalhou na TV Tupi, TV Cultura e TV Record antes de vir para a Globo, onde estreou em 1975 na novela Escalada.
Na emissora, foram 17 novelas, seis minisséries e mais de uma dezena de seriados e especiais, incluindo um musical e um humorístico.
Em entrevista dada ao gshow em julho, quando completou 80 anos, revisitou vida e obra e avaliou: “Ele (Ney menino) apostou e deu certo. Valeu a pena ter feito tudo isso com a maneira de ser como profissional. Sou um apaixonado pelo que faço no cinema, no teatro e na televisão. Tenho orgulho de ter sido um ótimo filho, um bom amigo e um bom ator. Mas ator só acaba quando morre, né?".
Aos 19 anos, o ator passou em seu primeiro teste e fez "Pluft, o Fantasminha", de Maria Clara Machado. Mas, logo depois, abandonou temporariamente a carreira de ator e seguiu profissões mais tradicionais para garantir seu sustento.
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