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Uso errado de inseticida deixa Aedes aegypti mais forte, diz pesquisador

Grávidas precisam ter cuidados a mais por conta de microcefalia. Novo parâmetro passa apontar microcefalia com cabeça medindo 32 cm

Em tempo de surtos de dengue e zika vírus os cuidados para combater essas doenças são necessários e indispensáveis. Ambos são transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti. Para se prevenir, o pesquisador Antônio Pancrácio, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), disse que é preciso usar inseticida, porém, caso não seja utilizado corretamente, ao invés de morrer, o mosquito fica ainda mais forte.

"Eu recomendo mesmo matar com raquete elétrica mesmo, porque o inseticida pode trazer consequências para, por exemplo, uma criança alérgica. Então não é um produto para se recomendar ao uso indiscriminadamente dentro de casa", explicou o pesquisador.

Pancrácio ainda informou que "ocorre que em uma população natural existe uma minoria de mosquitos que são naturalmente resistentes, eles tem o gene pra resistência ao inseticida. Eles não existem em maior número porque existe um custo metabólico pra eles manterem essa resistência. Uma vez aplicado o inseticida, a maioria da população morre, porque não tem esse gene da resistência, ficando apenas aqueles insetos já naturalmente resistentes".

O pesquisador conclui dizendo que o "uso indiscriminado vai aumentar a pressão de seleção do inseticida e isso acelera o desenvolvimento, a resistência. Então daqui a pouco nenhum inseticida vai trazer efeito para o inseto".

Cuidados na gravidez

Bruna Sandim, de 19 anos, está grávida do primeiro filho e, com o surto de zika vírus, os exames de ultrassom são feitos com uma preocupação a mais. "Dá um pânico, mas agora estou fazendo os exames certinhos, tomara que dê tudo certo", contou a jovem.

A partir do segundo trimestre os médicos já conseguem observar algum tipo de alteração que indique uma suspeita de microcefalia. "Nós fazemos a avaliação do crânio fetal, fazemos as medidas dos diâmetros, em especial na suspeita de microcefalia, o diâmetro da testa do bebê até a região posterior", explicou a ginecologista obstetra, Maithê Vendas Galhardo.

Os exames de Bruna não apresentaram alterações. "Aliviada, agora é só tomar cuidado. Passar repelente e torcer para tudo dar certo', disse a gestante.

Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Saúde investiga 21 casos suspeitos. Na manhã desta segunda-feira (7) a Organização Mundial de Saúde reconheceu pela primeira vez a ligação do vírus com os casos de microcefalia.

Segundo a infectologista Márcia Dal Fabro, "o zika, a principal transmissão dele é pela picada do vetor, do mosquito. O que tem agora sendo publicado a transmissão maternal, da mãe para o filho durante a gestação, que tem causado a microcefalia. Mas não [é 100% a transmissão, não são em todos os casos. O maior tipo de transmissão é a picada".

A principal orientação é cuidar do quintal, evitar água acumulada. As grávidas devem se proteger do mosquito usando mosquiteiros e telas na janela, usar repelentes apropriados, roupas que cubram os braços e as pernas, fazer acompanhamento médico, consultas do pré natal e não tomar medicamentos sem orientação médica. As medidas podem evitar o contato com o mosquito.

Novas medidas

O Ministério da Saúde mudou na última semana os critérios que classificam uma criança com microcefalia.

Até então, eram considerados os bebês com circunferência da cabeça igual ou menor a 33 cm tinham a má formação. O novo parâmetro passa a apontar microcefalia em crianças com cabeça medindo 32 cm, ou menos, de circunferência.

Na prática, menos bebês vão ser considerados como suspeitos de apresentar a má formação. O ministério não informou quantos casos notificados deixam de ser considerados com suspeita de microcefalia com base nas novas medidas, em nota, o ministério informou que a nova medida "visa a agilizar os procedimentos clínicos, sem descuidar dos bebês que fizeram parte da primeira lista de casos notificados".

Outras transmissões

Pesquisadores já descobriram que a há possibilidade de outras formas de transmissão da zika vírus, além da picada do  Aedes aegypti.

Existe a possibilidade de que o vírus possa ser transmitido pelo sêmen, portanto, pela relação sexual sem proteção, pela transfusão de sangue e também pelo leite materno, mesmo que isso seja em uma pequena parcela dos casos.

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