Depois de ter que pagar 100 cestas básicas por ofensas ao governador Ibaneis Rocha (MDB), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) arquivou uma ação de danos morais da ativista de direita Sara Fernanda Giromini, autodenominada Sara Winter, contra a editora Globo. A decisão é do juiz David Doudemente Campos Joaquim Pereira, do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Brasília.
Ele também determinou que caberá à militante bolsonarista o pagamento de todas as custas processuais.
No processo, a extremista apoiadora do presidente Jair Bolsonaro alegava a empresa de notícias teria "maculado sua imagem de ativista política conhecida internacionalmente, ao postar notícias com conteúdo ofensivo e inverídico a seu respeito, extrapolando o direito de informação e a liberdade de expressão".
Ela tentava a análise pela Justiça em caráter de urgência, por ter sido material veiculado com repercussão nacional.
Contudo, o magistrado justificou a decisão pelo fato de a ativista não ter comparecido à audiência de conciliação. A sentença é do dia 22 de dezembro. "Deixou de comparecer e de apresentar justificativa legal e tempestiva, dando, assim, causa à extinção do feito por sua desídia", explicou o juiz.
Custas processuais
"A redesignação da audiência gera ônus para o erário, tumultua a já sobrecarregada Central de Conciliação e frustra a expectativa da parte adversária. Destarte, a redesignação deve ser medida excepcional, lastreada em comprovado compromisso anterior inadiável, questões de saúde, profissionais ou outro motivo de força maior. Nenhuma dessas causas foi comprovada nos autos", continuou.
Sara Giromini ficou conhecida como uma das coordenadoras do acampamento 300 do Brasil, movimento que incitou o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Por causa das investidas, acabou sendo presa pelo ministro Alexandre de Moraes e, depois de solta, ficou proibida de se aproximar da Praça dos Três Poderes, em Brasília.