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RJ tem 10 denúncias diárias sobre interferência nas eleições, diz TRE

Juiz disse ao G1 que a maior parte das queixas envolve milicianos

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) tem recebido até dez denúncias por dia sobre criminosos tentando interferir no processo eleitoral. Ao G1, o juiz Luiz Márcio Pereira, coordenador de fiscalização do tribunal, afirmou que a maioria das denúncias envolve milicianos.

"Temos recebido mais denúncias ligadas à atuação de milicianos do que do narcotráfico", explicou o magistrado.

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O G1 pediu detalhes das denúncias, como o total de queixas recebidas nesta campanha e de onde vêm, mas o TRE-RJ afirmou não ser possível levantar essas informações.

Segundo Pereira, em outubro foi possível constatar um aumento do número de denúncias - fato que ele atribui ao acirramento das campanhas nas ruas e à flexibilização das medidas de isolamento social para conter a Covid-19.

O juiz, no entanto, pondera que não é possível afirmar se milicianos têm mais interesse no processo eleitoral do que os traficantes de drogas. Segundo ele, é preciso ter "cuidado" ao avaliar crimes envolvendo "figuras ligadas à política".

"Como nem todo crime envolvendo milicianos e traficantes é crime eleitoral, mesmo tendo políticos ou cabos eleitorais como vítimas, não posso cravar essa conclusão", afirmou.

O magistrado acrescentou que toda a parte de investigação criminal está sendo avaliada em parceria com as polícias Civil e Federal, além do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Atentados e influência na política

Embora ainda estejam sendo investigados, crimes contra candidatos e cabos eleitorais durante o pleito de 2020 levantam a suspeita de que a motivação para os atentados tenha sido política.

Neste sábado (7), Erick Saboia, candidato à Câmara Municipal de Duque de Caxias, foi alvo de disparos na BR-040, na altura da Reduc. Um carro emparelhou com o dele, e pelo menos três tiros acertaram o automóvel do candidato. Erick e o motorista nada sofreram.

Na semana passada, Zico Bacana, vereador candidato à reeleição no Rio, foi baleado na Zona Norte da cidade. E Renata Castro, cabo eleitoral ligada à candidatura do político Renato Cozzolino, em Magé, na Baixada Fluminense, foi assassinada na porta de casa.

A Polícia Civil monitora a influência de criminosos no processo eleitoral e chegou a montar uma força-tarefa para tentar impedir os crimes e a interferência de bandidos nas eleições.

Como revelou o RJ2, os investigadores acompanham as atividades de 14 candidatos na capital e na Região Metropolitana.

Os investigados teriam relação com milicianos e traficantes de drogas que estariam restringindo a atuação dos candidatos nas áreas dominadas. Zico Bacana é um dos investigados pela polícia - o candidato nega qualquer relação com grupos criminosos.

42 assassinatos em 4 anos

Desde as eleições de 2016, foram pelo menos 42 assassinatos.

O homicídio da cabo eleitoral Renata Castro, em Magé, foi avaliado como um "caso grave" pelo coordenador do TRE-RJ. Segundo ele, a morte traz "instabilidade às eleições".

"Ela ter ido à Polícia Federal na véspera e ter feito essa comunicação, declarar que vinha sofrendo ameaças, acaba dando uma conotação que precisa de uma avaliação mais cuidadosa e rápida para identificar os verdadeiros mandantes, porque é algo que realmente preocupa e traz instabilidade ao processo", avalia.

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, que também investiga as mortes de dois candidatos a vereador em Nova Iguaçu, também na Baixada.

São eles: Mauro Miranda, de 49 anos, e do vereador e candidato à reeleição Domingos Barbosa Cabral, o Domingão (Democratas), assassinado no dia 10 do mês passado.

Domingão era irmão do policial militar André Barbosa Cabral, conhecido como Cabral, que foi preso pela polícia em julho e é apontado como chefe de uma milícia que atua em algumas regiões de Nova Iguaçu.

Domingão também foi preso na mesma operação. Segundo a Polícia Civil, a milícia de Cabral teria entrado em conflito com a milícia do Ecko.

Uma das hipóteses da polícia é que a morte do vereador seria uma resposta do grupo rival ao irmão de Domingão.

Abuso de poder

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) investiga políticos que são suspeitos de obterem vantagens e exclusividade para fazer campanha em locais dominados pelo crime organizado.

Foram identificados casos na capital, em Belford Roxo e Itaguaí, na Baixada Fluminense, além de São Gonçalo, na Região Metropolitana.

Até esta sexta-feira, a Polícia Civil já tinha ouvido três candidatos: Marcelo Siciliano (PP), que negou as acusações; Marcelo Diniz (Solidariedade), que concorre na Câmara do Rio; o Professor Lenine, que atua em Belford Roxo, além de dois assessores ligados ao último candidato.

O filho do traficante Marcinho VP, Lucas Nepomuceno, também foi ouvido sobre uma suspeita de acordo para garantir campanha de Marcelo Siciliano. A informação já havia sido revelada no RJ2.

As sanções para candidatos com participação comprovada, segundo o TRE-RJ, podem chegar até a perda do mandato e ter o diploma de nomeação cassado, não assumindo o cargo.

"Se conseguirmos identificar esses candidatos favorecidos, demonstrar o abuso de poder, que eles percam o mandato, tenham o diploma cassado, porque a atuação das milícias e do narcotráfico torna a legitimidade do processo eleitoral comprometida", detalhou Pereira.

No dia 29 de outubro, o pastor Elisamar Miranda, candidato à Câmara de Belford Roxo, foi preso por controlar o tráfico na comunidade do Roseiral.

A polícia afirma que Elisamar, caso fosse eleito vereador, tentaria ampliar os domínios da quadrilha, com influência em serviços públicos.

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