As buscas pelas vítimas da queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, entre Tocantins e Maranhão, foram parcialmente suspensas nesta sexta-feira (27/12) devido ao risco de novos desabamentos.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que foram detectados deslocamentos na estrutura, tornando inseguro o trabalho nas áreas próximas aos pilares.
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A operação, que conta com equipes da Marinha, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, prossegue apenas em locais afastados da ponte, com o uso de lanchas, jet skis e buscas terrestres ao longo do leito do rio Tocantins.
“A autarquia aguarda a chegada de equipamentos de precisão que irão apontar estabilidade na estrutura existente. A expectativa do Departamento é de que esses equipamentos de aferição dos dados estejam instalados ainda na tarde desta sexta-feira (27). Esse trabalho será feito de forma contínua. A previsão é retomar os trabalhos de busca neste sábado (28)”, informou o Dnit em nota enviada ao Metrópoles.
Até o momento, 18 vítimas foram identificadas no desastre. Dessas, nove morreram, oito seguem desaparecidas, e uma foi resgatada com vida no domingo (22/12). Dois corpos encontrados na quinta-feira (26/11) permanecem submersos, pois a profundidade de 48 metros e as condições instáveis dificultam o trabalho de resgate.
Equipamentos para buscas
Para lidar com as dificuldades, foi instalada uma câmara hiperbárica, trazida do Rio de Janeiro pela Força Aérea Brasileira (FAB). O equipamento permite mergulhos seguros em águas profundas e é usado em casos de risco de doença descompressiva.
Com o auxílio de capacetes equipados com câmeras e fornecimento contínuo de oxigênio, os mergulhadores podem permanecer submersos por mais tempo, enquanto uma equipe de supervisão monitora e orienta as buscas em tempo real.
A força-tarefa responsável pelas buscas inclui peritos criminais, médicos e especialistas em identificação de corpos, que trabalham para localizar e reconhecer as vítimas.
Desabamento da ponte
A ponte desabou no domingo (22/12), derrubando quatro caminhões. Dois transportavam ácido sulfúrico, um carregava defensivos agrícolas e outro, madeira.
Imagens registradas por moradores e pelo vereador Elias Júnior mostram o momento em que a estrutura cedeu. Ele estava no local para documentar as condições precárias da ponte, que há anos enfrentava problemas estruturais.
O Dnit informou que, entre 2021 e 2023, foram realizados serviços de manutenção no valor de R$ 3,5 milhões, incluindo reparos em vigas, lajes e pilares.
Em 2024, a autarquia lançou um edital de R$ 13 milhões para obras de reabilitação, mas nenhuma empresa se interessou. A reconstrução da ponte foi anunciada pelo Ministro dos Transportes, Renan Filho, com prazo de um ano e investimento entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões.
Para reduzir os impactos do acidente, balsas estão sendo utilizadas para manter a ligação entre os estados, enquanto rotas alternativas foram indicadas para o transporte de cargas.
A situação de emergência foi decretada, agilizando os trâmites necessários para a demolição da estrutura comprometida e a reconstrução.
A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar as responsabilidades pelo colapso. O Dnit, que também instaurou uma comissão de sindicância, colabora com as investigações.
Paralelamente, a Secretaria de Segurança Pública coordena os trabalhos de identificação das vítimas e monitoramento ambiental, devido ao vazamento de ácido sulfúrico no rio.
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