Os principais indicadores econômicos do Brasil registraram uma intensa deterioração ao longo de 2024. E, até aqui, as estimativas para 2025 não são animadoras. Em linhas gerais, a perspectiva que vigora entre analistas é a de queda do Produto Interno Bruto (PIB), aumento do desemprego e de uma inflação senão alta, ao menos, teimosa e resiliente.
“Em 2025, problemas como a questão fiscal (a relação entre gastos e despesas do governo) devem começar a afetar o lado real da economia em 2025″, diz Márcio Holland, professor na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP) e ex-secretário de Política Econômica no Ministério da Fazenda (2011-2014).
Leia também
Pibinho
No caso do PIB, ele deve fechar 2024 em torno de 3,5%, um nível que, na avaliação de Holland, representa “um resultado extraordinário”. Mas, de acordo com estimativas presentes no Relatório Focus, a pesquisa semanal feita com economistas pelo Banco Central (BC), esse número deve cair para 2% em 2025.
Esse patamar, note-se, é o resultado da mediana da previsão de agentes do mercado. Há, contudo, estimativas mais tacanhas. Uma delas é dada por Sergio Vale, economista chefe da consultoria MB Associados. Ele calcula que o PIB brasileiro deve ficar em 1,8% em 2025, quase metade do valor alcançado em 2024, portanto.
Com esse resultado, o país atingiu a menor taxa de desocupação de toda a série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. Isso pelo segundo mês seguido. O número de outubro havia ficado em 6,2%.
“O mercado de trabalho deve ter tido seu melhor ano em 2024”, diz Vale. Ele calcula, porém, que o desemprego médio pode sair do patamar de 6,8%, registrado em 2024, para 7,5%, em 2025.