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'Pedia desculpas', desabafa mulher agredida a socos na Bahia

Franciele Azevedo fez relato numa rede social; Carlos Samuel segue foragido

A mulher agredida por um homem com vários socos, em Ilhéus, no sul da Bahia, falou pela primeira vez sobre o ocorrido. A agressão foi gravada em vídeo e as imagens circulam pela internet. Em um post em uma rede social, Franciele Azevedo, de 26 anos, contou que vivia um relacionamento abusivo com Carlos Samuel Freitas e que sofreu várias agressões dele.

O homem, que tem 33 anos, teve a prisão preventiva decretada e é considerado foragido. A polícia segue com as buscas. O G1 tentou falar com o suspeito por meio de mensagem de celular, na manhã deste sábado (17), mas ele não respondeu.

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"Me chamo FRANCIELE AZEVEDO o vídeo que está circulando, onde apareço sendo agredida sou eu. Portanto demorei para me posicionar pelo fato, que sempre achava ele iria mudar onde permaneci por um tempo no relacionamento abusivo, pois o mesmo depois de todas as vezes que me agredia me pedia desculpas e falava que não lembrava o que tinha feito e nem o porque tinha feito e no final a culpa era sempre minha", desabafou a vítima em um post feito na noite de sexta-feira (16).

Ainda na publicação, Franciele relatou que a dificuldade quem tem para falar sobre as agressões, que deixaram dores físicas e emocionais também.

"Não é fácil para mim vim aqui falar sobre esse assunto onde várias pessoas me julgam, como se eu merecesse e sempre me culpando pelas as agressões, minha única culpa foi pensar que um dia ele mudaria, mas n mudou. Onde sofri pressões psicológicas, sigo hoje cheio de problemas e dores que essas agressões me causaram", disse.

Relacionamento abusivo

Franciele conversou com o G1 e contou que vivia em um relacionamento abusivo. Ela disse que conheceu Carlos Samuel pela redes sociais, no final do mês de março deste ano. Segundo Franciele, no início do relacionamento, o homem não tinha comportamento agressivo.

"No início ele não era assim. Com passar do tempo, ele mostrou quem era ele", disse.

A vítima contou que muitas vezes as agressões aconteceram por ciúme, mas que em outras bastava ela falar algo que o suspeito não gostasse para a situação se repetir.

"A gente foi a uma farra na casa de um amigo dele. No momento, ele estava usando meu celular, e eu esperando um celular, pois o dele queimou. Ele fala que eu que quebrei o celular dele, isso é mentira. Vi umas coisas no celular e peguei o celular. Ele veio com toda força, tomou celular que era meu da minha mão, me engarguelou e tentou me dar um soco, mas não pegou", relatou Franciele ao G1.

A jovem disse, ainda, que tentou pedir ajuda após a agressão, mas o ex-namorado a impediu. "Nesse dia, eu liguei para minha prima para ela me pegar lá porque ele tinha feito isso, liguei chorando. Ele não deixou eu ir, pediu desculpa, disse que ele não era assim. Como foi a primeira vez, achei que não ia acontecer mais", disse.

Fraciele contou o que aconteceu no dia da agressão que foi gravada em vídeo. Ela relatou que tinha ido a uma festa com Carlos Samuel e que as agressões começaram quando os dois deixaram o local a pedido dela, pois ele já havia bebido bastante.

"Com passar do tempo, a gente foi para outra farra, que foi no dia desse vídeo que está rolando. Ele já estava bêbado, eu chamei ele para ir pra casa. Ele disse que eu não ia, eu falei que iria só", lembrou.

Carlos acabou saindo da festa com Franciele. Os dois estavam em uma moto pilotada por ele e, quando a mulher se preparava para descer da motocicleta, houve a primeira agressão. A situação aconteceu no dia 20 de junho.

"Fui para descer da moto. Como eu estava com capacete no meu braço, quando fui descer da moto, peguei nele fixo. Ele foi e me deu um soco, eu caí da moto. Eu saí andando, pedindo para ele me deixar em paz, que eu não queria mais [o relacionamento], que eu não ia com ele. Como todos podem ver no vídeo, ele fez novamente e me deu vários socos", relatou.

Franciele contou que sempre que em 6 meses de namoro foi agredida mais de 5 vezes. "Eu, infelizmente, gostava muito dele. Acreditei novamente nele, nos pedidos de desculpas. Teve várias outras [agressões] que, como eu estava sem celular, não pude tirar fotos, mas quando tinha oportunidade eu tirava", disse.

Franciele também relatou que sempre que ela dizia a Carlos Samuel que ia levar os casos à polícia, ele falava que não ia adiantar nada. "[Ele dizia] que eu poderia prestar queixa que nunca iria dar em nada. Falava que tenho culpa dele não sabe dialogar feito pessoas normais", contou.

Agora, a vítima espera que a polícia consiga encontrar o suspeito para ele pagar pelos crimes que cometeu. "Quero justiça, sim", concluiu.

Homem está foragido

Carlos Samuel Freitas, que é representante comercial, teve a prisão preventiva decretada na noite de quinta-feira (15), e está foragido desde a sexta-feira (16), quando a polícia fez buscas em endereços ligados a ele, mas não o encontrou.

O advogado do suspeito, Caíque Mota, disse que o cliente não vai se apresentar, por enquanto, e pediu à Justiça a revogação da prisão.

"Ele foi informado sobre o pedido de revogação da prisão, ontem ele cumpriu sua agenda profissional em outra cidade, haja vista que ele é representante comercial. Acredito que após a decisão judicial, caso não seja julgado favorável a sua revogação, o senhor Carlos irá se apresentar", disse o advogado.

Carlos Samuel Freitas chegou a prestar depoimento na Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam), em Ilhéus, na quinta-feira (15), mas foi liberado por não haver flagrante e porque não existia mandado de prisão contra ele.

'Não aprovo isso', diz mãe

Em um vídeo divulgado no telejornal Bahia Meio Dia, da TV Bahia, a mãe de Carlos Samuel, Izilda Maria da Silva, falou sobre a agressão do filho à ex-namorada. Ela disse que não aprova a atitude de Carlos, mas alegou que ele precisa de tratamento contra o alcoolismo.

"Fiquei muito triste, magoada, porque ele está numa atitude agressiva com a namorada dele. Eu não aprovo isso de maneira alguma, sou contrária a agressão", disse.

Dona Izilda disse que Carlos Samuel se altera quando bebe. "Meu filho, apesar de ele ser uma pessoa muito boa, ele não pode beber. Toda vez que ele bebe, ele se perde. Ele surta, e ele faz bobagem. E dessa vez ele fez uma coisa muito grave, que eu não concordo de maneira alguma com o que ele fez", completou.

Sobre o registro feito por ela na polícia, contra o filho, dona Izilda disse que foi pressionada por outros familiares a registrar o caso. A ocorrência foi registrada em 2017 como tentativa de extorsão e ameaça de morte, mas as investigações não foram adiante, segundo a polícia, porque a mãe de Carlos não quis dar seguimento ao caso.

"Aconteceu também de eu fazer uma queixa dele uma vez porque morávamos todos juntos, com sobrinhos, e eles brigavam demais. Então, meus sobrinhos me obrigaram a fazer uma queixa contra ele [filho], e eu fui, caí na besteira de fazer, falei umas mentiras, até hoje me arrependo. Não sabia que ia chegar a esse ponto de divulgação e deixar ele numa situação difícil. Eu praticamente me senti obrigada a fazer isso, fazer queixa, pra ver se os meninos ficavam mais tranquilos, porque era uma briga muito grande que eles tinham em casa, isso é até coisa normal, mas eu não deveria falar mal de meu filho", afirmou dona Izilda Maria.

Relato de outra vítima

Sem se identificar, uma outra ex-namorada de Carlos Samuel falou sobre o comportamento agressivo dele. A vítima disse que não foi agredida fisicamente, mas foi ameaçada pelo suspeito. Ela registrou o caso na polícia e conseguiu uma medida protetiva contra Carlos.

"Ele nunca me agrediu, mas as ameaças dele eram que ele ia atrás de mim onde eu estivesse. Onde ele me visse, que ia passar por cima de mim. Eu procurei a Deam, abri o registro e eles [polícia] me ajudaram, me auxiliaram, abriram uma medida protetiva para mim. Foi aí que eu me acalmei, foi quando ele deu uma sumida também", relatou.

A mulher comentou sobre o vídeo da agressão contra a outra vítima. "Eu vi aquele vídeo e vi que foi um livramento eu ter rompido esse relacionamento com ele, porque poderia ter acontecido coisa pior assim [com ela]", disse.

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