Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > BRASIL

Padre Robson é inocentado de acusações de lavagem de dinheiro em Trindade

A decisão foi tomada durante sessão da 1ª Câmara Criminal de Goiânia. Na prática, tramitação do processo é suspenso. MP diz que aguarda ser notificado

A Justiça determinou, em decisão unânime, nesta terça-feira (6), o trancamento da ação penal que investiga padre Robson pela suspeita de desvio de R$ 120 milhões doados por fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), responsável pelo Santuário Basílica de Trindade. Na prática, a decisão suspende a tramitação do processo contra o sacerdote.

A decisão que deliberou pelo habeas corpus foi tomada durante sessão remota da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás, em Goiânia. O voto do relator, desembargador Nicomedes Domingos Borges, foi acompanhado em unanimidade pelos outros quatro magistrados. Padre Robson era investigado por organização criminosa, lavagem de capitais e apropriação indébita.

Leia também

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) informou que aguarda ser notificado para tomar as medidas cabíveis.

Em nota, a Afipe, que foi fundada por padre Robson e era presidida por ele, informou que seguirá seu trabalho de "auditoria, reforma administrativa, implantação de governança e demais ações que estão em andamento" na instituição. A associação informou ainda que os devotos têm confiança "na transparência que a atual gestão defende e trabalha".

O padre foi investigado no âmbito da Operação Vendilhões, deflagrada pelo MP no último dia 21 de agosto, para apurar denúncias de desvios de doações de fiéis à Afipe, as quais deveriam ser destinadas à construção do novo santuário e a ações de evangelização, mas estariam sendo usadas para comprar, entre outros bens, casas de luxo e fazendas milionárias.

À época, Padre Robson se afastou do cargo temporariamente por causa da investigação. Ele também era o reitor da Basílica, posição da qual também foi retirado.

Em nota, a defesa do padre Robson informou que, com a decisão, "fica reconhecido que não houve a qualquer ilicitude praticada pelo religioso, que sempre se dispôs a esclarecer toda e qualquer dúvida sobre a sua atuação na Afipe ou em qualquer outro âmbito de evangelização".

A assessoria de imprensa da Arquidiocese de Goiânia informou, em nota enviada à TV Anhanguera, que não vai se pronunciar, por enquanto, por não ter sido informada sobre o trancamento da ação.

Debates

O advogado do padre, Pedro Paulo de Medeiros, defendeu o trancamento baseado, essencialmente, em dois argumentos: a atipicidade da conduta, alegando que não havia crime a ser investigado, e existência de provas ilícitas.

Inicialmente, ele afirmou que a Afipe não é uma fundação, mas sim uma associação formada por dez membros e que "não deve, com o devido respeito, satisfação a órgão público". Afirmou ainda que não recebe doações de entes públicos e que vive unicamente de doações de fiéis, as quais são "voluntárias e espontâneas".

Nesse contexto, afirmou que a própria Afipe é quem tem que analisar possíveis irregularidades em seus quadros e criticou a atuação do MP no caso. Para o advogado, o órgão não tem competência para atuar no caso.

"Agora, o MP quer entrar dentro da associação, que não é uma fundação e que não deve, com o devido respeito, satisfação a órgão público, para dizer como ter que ser feito a gestão do ativo da associação? Não há fundação. É uma associação privada, sem recurso público. Os fiéis doam, e o dinheiro é gerido pelos dez membros. Não há crime. Se não há crime, é um assunto para ser resolvido dentro da própria associação", afirmou.

Sobre as provas da Operação Vendilhões, alegou que são ilegais por terem sido obtidas no âmbito de um caso no qual o padre foi vítima de extorsão de dinheiro. Foi a análise delas que deu origem à investigação.

"Tudo se inicia com prova ilícita, oriunda do hackeamento e, portanto, tudo que dela advém, também é ilícito, determinando o trancamento", completou.

O procurador de Justiça Abrão Amisy Neto, que representou o MP, negou que as provas obtidas são ilícitas e que elas não têm "a menor relevância no caso".

"O que ocorreu é que em virtude do pagamento ou da tentativa de pagamento [da extorsão], o próprio investigado levou informações que geraram uma investigação. Quando se estava investigando A, fortuitamente, descobriu-se B", pontuou.

Em seu despacho, o desembargador reconheceu as provas como legais, mas constatou que, de fato, eram consideradas atípicas, ou sejam, não eram crimes.

"O fiel faz a doação para a Afipe por livre e espontânea vontade. A partir do momento que ele fez a doação, isso integra o patrimônio daquela entidade. A entidade é regida por um estatuto próprio, que permite que ela faça os mais variados tipos de investimento, compra de fazenda, emissora de rádio, ora para facilitar a evangelização, ora para proteger o dinheiro", ponderou.

"O trancamento deve ser feito agora, não só para evitar a injustiça, como também a inutilidade de se iniciar uma persecução penal em juízo que, já no nascedouro, pode se antever o resultado", complementou.

Nota da Afipe:

A Justiça atendeu ao pedido de habeas corpus dos advogados do Padre Robson na tarde desta terça-feira, 6 de outubro.

A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) continuará o trabalho de auditoria, reforma administrativa, implantação de governança e demais ações que estão em andamento na associação. Tais medidas são fundamentais para o renascer da Nova Afipe e para que a entidade possa continuar cumprindo com sua principal missão que é evangelizar e manter suas ações sociais, a obra da nova Basílica em Trindade e a TV Pai Eterno. Sendo, o mais importante, a confiança do devoto do Pai Eterno nas ações da entidade e na transparência que a atual gestão defende e trabalha.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Tags

Relacionadas