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Ouça áudio que homem enviou antes de matar frentista: “31h de fuga”

Mãe de Magno Inácio Gomes diz que dias antes de atropelar e matar frentista o filho enviou mensagens em que estaria tendo alucinações

Dias antes de arrastar, atropelar e matar o frentista Odair Loureiro, de 66 anos, Magno Inácio Gomes, 33, enviou mensagens a amigos dizendo que estava sendo perseguido.

De acordo com a mãe de Magno, Maria da Conceição Inácio Gomes, ele fugiu de casa no último dia 21 e passou a enviar as mensagens a colegas. Em um dos áudios, ao qual o Metrópoles teve acesso, o homem afirma que há pelo menos 10 carros atrás dele.

“Eu estou como? 31 horas de fuga. Eu fiquei olhando, viado, a Touareg, a Tucson, aquele branco lá da Hyundai novo, todos aqueles HB20, o TCross, o Civic, aqueles Sanderos brancos. Fiquei observando hoje de novo. Os cara rodou o mesmo lugar o dia inteiro… O dia inteiro, ladrão. Rodaram na minha frente e não me viram. Tudo em comboio de 3 ou 4. Aquela região ali ficou vigiada o dia inteiro (sic)”, ele fala em uma das mensagens.

Maria da Conceição afirma que o filho chegou a ligar para ela nesse período dizendo que os carros estavam tentando devorá-lo. Segundo a mulher, Magno enxergava os veículos como se fossem animais.

“Você precisava ver quando ele ligou para mim, o tom de voz dele, a agressividade, o medo, dizendo que estavam todos atrás dele. Os carros para ele eram como se fossem bicho vindo comer ele”, diz a mulher.

Maria da Conceição afirma que o filho é usuário de drogas desde os 12 anos. Segundo ela, Magno foi encontrado com um frasco de k9 no caminhão em que estava quando se negou a pagar pelo combustível e atropelou o frentista, em um posto na Mooca, zona leste de São Paulo. O crime ocorreu na quinta-feira (25/5).

Laudos médicos

A mãe conta que Magno ficou internado no fim do ano passado, mas recusou tratamento: “Eu comprei todos os medicamentos, mas ele recusou, falou que conseguia sair sozinho. Até dezembro ele ficou bem. De janeiro para cá, ele começou a mudar o comportamento”.

Laudos médicos aos quais o Metrópoles teve acesso apontam que Magno é dependente químico e sofre de transtornos mentais. O material está em posse da Polícia Civil, que investiga o caso como latrocínio, roubo seguido de morte.

Relatório do Hospital Estadual de Franco da Rocha, de outubro de 2020, atesta que Magno sofre de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de múltiplas drogas e outras substâncias psicoativas.

Dois anos antes, em novembro de 2020, uma clínica particular de Suzano apontou que Magno representava risco à própria vida e à vida de terceiros. A equipe médica disse que ele precisava permanecer internado naquele momento.

“O paciente, Magno Inácio Gomes, deu entrada nesta instituição, em caráter de urgência/emergência, no dia 16/10/2020, para tratamento de dependência química por uso abusivo de drogas, lícita e ilícita. No momento, encontra-se desorientado, irritado, agitado, com oscilação de humor, colocando em risco a sua vida e de terceiros… É imprescindível sua permanência na internação, necessitando de cuidado e atenção em tempo integral, devendo ser assistido pela equipe multidisciplinar. No momento, sem previsão de alta.”

Magno resistiu à prisão por 2h

Após matar o frentista, Magno Inácio Gomes fugiu e se escondeu em um quarto de hotel na região central de São Paulo. A localização dele foi indicada à polícia pela mãe. Ele resistiu à prisão por aproximadamente duas horas,

Antes de ser preso, nesse domingo (28), Magno disse aos policiais que estaria armado e poderia tirar a própria vida caso o quarto fosse invadido. Por causa disso, a Divisão de Operação Especial (DOE) encaminhou duas equipes para negociar a rendição.

Veja o vídeo que mostra o frentista tentando evitar a fuga do motorista:

As imagens de uma câmera de monitoramento mostram o frentista Odair com o braço apoiado na janela do caminhão, do lado do motorista. De repente, o veículo arranca em alta velocidade, arrastando o frentista. Cerca de 30 segundos depois, o caminhão aparece em alta velocidade, no sentido contrário, pela Rua Capitão Pacheco e Chaves.

Policiais militares foram acionados e encontraram a vítima, inconsciente, na Rua João Padilha, a cerca de 500 metros de distância do posto de gasolina. A morte foi constatada ainda no local, por um médico socorrista, por volta das 22h.