Sete pessoas morreram em uma operação da polícia na zona norte do Rio. A troca de tiros assustou moradores e motoristas nas principais vias expressas da cidade.
Deveria ser uma segunda-feira normal a caminho do trabalho.
“Todo mundo no chão. Tiroteio comendo, filho. Tive que parar o carro no meio da linha vermelha”, diz um dos motoristas.
Deveria ser uma segunda-feira normal para as comunidades do Complexo da Maré, na zona norte do Rio. Mas os tiros mudaram os planos dos moradores mais uma vez.
“Começou às 5h da manhã e já começou com bastante tiro, uma correria no meio da rua”, diz um dos moradores.
Um vídeo também flagrou o desespero de jovens.
Era uma operação policial no Complexo da Maré, ao lado das duas principais vias expressas da cidade: a Linha Vermelha e a Linha Amarela. Quem passou por lá também se viu no meio de uma cena de guerra: motoristas desorientados, pessoas rastejando em busca de proteção e a mureta usada como escudo.
A polícia diz que foi uma ação de emergência para evitar que a área fosse invadida por facções rivais.
“Infelizmente, temos que lidar com um dilema: impedir o derramamento de sangue realizado por uma guerra entre facções está muito acima de qualquer questão que possamos ter vivenciado no dia de hoje”, ressalta Ivan Blaz, porta-voz da Polícia Militar/RJ.
A operação se estendeu por todo o dia e interrompeu a rotina de quem vive e circula por essa região. Alunos de 35 escolas ficaram sem aulas e quatro unidades de saúde deixaram de atender pacientes. O campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que fica em frente à Mare, do outro lado da Linha Vermelha, ficou vazio.
A operação deixou sete mortos. Segundo a polícia, todos são suspeitos de ligação com o tráfico. Mas parentes afirmam que um deles era inocente. Ao todo, 26 pessoas foram presas.
Sete fuzis, oito pistolas, uma granada e uma tonelada de maconha foram apreendidos.