Manifestantes contrários ao governo do presidente em exercício, Michel Temer, protestam na Avenida Paulista, na região central de São Paulo, nesta sexta-feira (10). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também participa do ato.
Os organizadores do evento, Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, anunciaram pelo alto-falante que 100 mil pessoas participam do protesto. Já para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), 70 mil manifestantes ocupam a paulista. A Polícia Militar disse que divulgará estimativa de público apenas após o término do ato.
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Pelo menos quatro quarteirões são ocupados pelos manifestantes. A via foi totalmente interditada na altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e os manifestantes se espalham no sentido Consolação até a Alameda Ministro Rocha Azevedo e, no Sentido Paraíso, eles bloqueiam desde a Consolação até a Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP).
O ato teve show do cantor Chico César. O palco foi montado no mesmo local onde foi realizado o ato contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, antes da votação na Câmara dos Deputados.
Um locutor/ator com peruca e maquiagem comanda o que ele chama de sessão de descarrego - gestos e expressões - enquanto estimula a plateia falar as palavras "Fora Temer". Os manifestantes exibiam cartazes com palavras de ordem, como "Fora Temer, volta Dilma" , "Fora Temer, não ao golpe", "Nenhum direito a menos".
Juninho, presidente estadual do PSOL, diz que soma em defesa da democracia e do Fora Temer, embora o partido tenha sido sempre contra o governo Dilma.
Antônio Carlos, do PCO, rendeu homenagem ao que chamou de "presos políticos dos golpistas, entre eles, José Dirceu". Ele defendeu parar o país com uma greve geral. Ele disse que o PCO não votou em Dilma, mas é contra novas eleições.
Sara, da Marcha Mundial das Mulheres, puxou o refrão "nem recatada e nem do lar a mulherada está na rua pra lutar". Também participaram do evento o presidente da CUT, Vagner Freitas, o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, e Gilmar Mauro, do MST.
Mauro voltou a dizer que o governo Temer não vai ter sossego e defende greve geral contra o golpe.
Guilherme Boulos, do MTST, diz que governo Temer não ganharia eleição com as propostas que hoje são colocadas em prática. "Nossa alternativa é barrar o golpe nas ruas. Falta devolver a faixa presidencial".
Carina Votral, da Une, diz que a entidade está sendo criminalizada e perseguida porque Eduardo Cunha, como último ato, abriu a CPI da Une. Vagner Freitas, da CUT, disse que a luta é longa e não uma corrida de 100 metros.