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'Jamais pensei', diz idosa sobre empurrão em briga com síndica

Sonia Maria, de 70 anos, chegou a ficar desmaiada por 5 minutos, segundo testemunhas; suspeitos são investigados


			
				'Jamais pensei', diz idosa sobre empurrão em briga com síndica
Vítima foi socorrida e levada para o Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio. Foto: Arquivo pessoal

"Eu jamais pensei que eles me jogariam escada abaixo."

Quase um mês depois, é ainda com espanto que a advogada Sonia Maria do Socorro Fernandes, de 70 anos, lembra do desfecho violento de uma briga dela com a síndica de um prédio e seu filho (veja no vídeo abaixo).

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Como foi a briga

Sonia tinha ido na administração cobrar da síndica, Carmem Silva Ferreira Marques, os boletos do condomínio que não estaria recebendo. No local, o filho de Carmem, identificado como Juan Carlos Marques de Deus, começou a bater boca com ela.

Uma cliente de Sonia, que a acompanhava, começou a gravar a situação. Em determinado momento, Carmem sai de dentro da sala da administração e tenta pegar o telefone da mulher, que se desequilibra e quase despenca da escadaria. Assustada, ela desce as escadas.

Em seguida, Carmem volta para dentro da sala da administração e continua brigando com Sonia. Pouco depois, Sonia é empurrada pelo filho dela e rola escada abaixo. A síndica aparece fechando a porta.

Desmaio e pontos na cabeça

Imagens de uma câmera de segurança registraram o momento que a advogada cai desacordada. Segundo testemunhas, ela ficou desmaiada por mais de 5 minutos.

Sonia foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Por conta dos ferimentos, ela levou 15 pontos na cabeça.

A Polícia Militar foi chamada pela cliente que acompanhava Sonia. Juan Carlos conseguiu fugir. Já a síndica foi levada para a 5ª DP (Mem de Sá). Ela foi presa em flagrante no dia 6 de janeiro e solta no dia 15. A polícia pediu a prisão do filho.

A síndica foi presa em flagrante, mas saiu da cadeia nove dias depois por determinação da Justiça. Com base nas imagens, a polícia pediu a prisão do filho dela. O caso é investigado como tentativa de homicídio.

A agressão aconteceu em janeiro, e as imagens só foram divulgadas nesta semana nas redes sociais.

"Eu só estava lá para resolver essa situação. O filho dela começa a me agredir, a minha acompanhante começa a gravar, e a síndica começa a agredi-la. Em seguida, ela volta e ambos me empurram."

"Quando eu fui jogada, pensei que eu fosse morrer. Não sei quanto tempo fiquei desacordada. Mas, quando eu acordei, estava toda suja de sangue, a minha acompanhante ligando para os Bombeiros e para a minha família. A escada estava toda suja de sangue, e eu sem lembrar de muita coisa", contou Sonia.

De acordo com a advogada, ela já tinha feito uma cirurgia na coluna e, por conta do empurrão, tem usado duas muletas.

"Eu estou toda dolorida, sinto dores pelo corpo. A minha cabeça dói, a minha coluna dói e estou com dificuldades para andar. Eu só espero que eles paguem por isso."

O que dizem os citados

A advogada Melissa Marques, que representa Carmem Silva e Juan Marques, disse que os fatos narrados por Sonia não ocorreram como alegado e que existe um histórico de perseguição dela contra a síndica, "incluindo agressões a funcionários e sabotagem do sistema de segurança do condomínio".

A defesa disse ainda que Juan só quis proteger a mãe e que não teve a intenção de empurrar a idosa (veja a nota completa ao fim da reportagem).

Nota da defesa de Carmem Silva e Juan Marques

"Os fatos narrados pela suposta vítima não ocorreram como alegado. As provas, incluindo filmagens das câmeras de segurança do condomínio, demonstram que Carmem não cometeu o crime atribuído a ela. Pelo contrário, houve invasão de domicílio e agressões praticadas por Sônia contra Carmem e seu filho.

Há um histórico de perseguição de Sônia contra a síndica, incluindo agressões a funcionários e sabotagem do sistema de segurança do condomínio. A justificativa de busca por boletos não se sustenta, pois estes são disponibilizados virtualmente. Como advogada, Sônia sabia que não era necessário invadir um domicílio e agredir pessoas para obter tal documento.

O filho de Carmem não revidou as agressões, apenas tentou proteger a mãe.

Sônia caiu ao ser retirada do local, mas não houve intenção de empurrá-la da escada, o que será comprovado. Juan não foi indiciado, não há mandado de prisão contra ele, e, se intimado, comparecerá para prestar esclarecimentos.

O Ministério Público do Rio de Janeiro reconheceu a ilegalidade da prisão de Carmem e opinou pelo seu relaxamento, entendimento confirmado pela 1ª Vara Criminal, que considerou frágeis os indícios e apontou alta probabilidade de excludente de ilicitude. Assim, a cliente, idosa e com problemas de saúde, foi presa injustamente, mas agora encontra-se em liberdade.

Melissa Marques - advogada".

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