O Conselho Estadual dos Direitos da Criança e Adolescentes (Cedcar) de Roraima identificou novas violações aos direitos dos indígenas que vivem na Terra Yanomami. Segundo o conselho, uma vila foi dominada por garimpeiros ilegais, que a usam como base de apoio. Além disso, o órgão também apontou que fazendeiros cobram pedágio para que indígenas passem por suas terras.
As violações foram repassadas a uma comitiva do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), que visitou os municípios de Alto Alegre, Mucajaí, Iracema e Caracaraí. A comitiva enviada pelo MDH também apura possíveis violações aos direitos humanos do povo Yanomami.
Uma coletiva de imprensa para que a comitiva divulgue as violações apuradas está prevista para a tarde desta sexta-feira (3/2). As informações são do portal g1.
Nas investigações realizadas pelo conselho, foi identificado que fazendeiros cobram um pedágio de R$ 200 para que indígenas possam cruzar suas terras, que ficam entre áreas indígenas e a sede do município de Alto Alegre. O pedágio seria cobrado quando indígenas Yanomami vão à cidade para comprar alimentos ou receber benefícios do governo federal.
Além disso, as investigações destacam que a vila Campos Novos, que fica no município de Iracema, serve como uma espécie de base de apoio para garimpeiros ilegais que exploram terras indígenas. Na vila, os garimpeiros teriam acesso a combustíveis, alimentação e pistas de pouso.
Entre as preocupações elencadas pelo Cedcar, está a contaminação de peixes e rios no município de Mucajaí, causada uso de mercúrio por garimpeiros. A substância é altamente tóxica e é usada pelos garimpeiros para separar o ouro de outros materiais.
Após cumprir sua função, o metal é jogado no rio, causando contaminações e poluição ambiental, que trazem consequências negativas à saúde de indígenas que utilizam o rio para pesca e outras funções.