Proprietários de uma fazenda em Corumbá (MS), uma das cidades mais atingidas pelos incêndios no Pantanal, foram multados em R$ 100 milhões por provocarem um incêndio que devastou cerca de 333 mil hectares de vegetação nativa do bioma. A penalidade foi aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A área destruída pelo fogo afetou outros 135 imóveis rurais da região, tornando-se o maior território devastado por um único incêndio neste ano no Pantanal.
Leia também
De acordo com fiscais do Ibama, o incêndio começou em junho, em uma área de vegetação nativa. Devido às condições climáticas, o fogo se alastrou e levou 110 dias para ser controlado. Toda a área queimada foi embargada pelo Ibama para permitir sua regeneração.
Após 20 dias de investigação, os dois responsáveis pela propriedade foram identificados e multados por danificar vegetação nativa do Pantanal com o uso de fogo sem a devida autorização do órgão ambiental competente.
O Ibama informou que o fogo causou graves danos ambientais à vegetação típica do bioma Pantanal e impactou diretamente a fauna silvestre, com o aumento da mortalidade de animais e a diminuição de recursos alimentares, dificultando a sobrevivência no local.
Além disso, a fumaça resultante do incêndio contribuiu para o aumento da poluição do ar em diversas cidades brasileiras, liberando poluentes como material particulado, gases tóxicos e compostos orgânicos voláteis.
Pantanal em chamas
O Pantanal sofreu a perda de mais de 2 milhões de hectares de vegetação neste ano, segundo levantamento do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ). A área destruída equivale a 13,6% de todo o território do bioma.
Com altas temperaturas e baixa umidade, o Pantanal se torna ainda mais vulnerável ao fogo. De 1º de janeiro até este sábado (28), foram queimados 2.047.475 hectares em todo o bioma, que abrange os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Embora o fogo seja um fenômeno esperado no Pantanal entre julho e agosto, as mudanças climáticas, secas severas e a ação humana anteciparam a temporada de incêndios neste ano, com focos surgindo já em junho.