O coordenador da Comissão Especial da Câmara dos Deputados para o combate ao vírus da zika, deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS), afirmou nesta segunda-feira (7) durante evento no Rio de Janeiro que a epidemia custará R$ 3 bilhões por ano ao país. Ele defendeu que o Ministério da Saúde priorize o combate à doença e avaliou que os casos de microcefalia irão impactar o judiciário.
O parlamentar, que foi secretário de Saúde do Rio Grande do Sul por oito anos, afirmou que a epidemia de zika "vai ter proporções impressionantes". Ele participou do encontro "A mulher e os efeitos do zika vírus na saúde e na plenitude dos seus direitos", promovido pela Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro (Amaerj).
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"Tem de ser prioridade número um do Ministério da Saúde [investir no combate ao vírus da zika]. Estados e municípios estão esgotados, e o governo federal põe menos do que deve", defendeu o deputado.
O deputado Osmar Terra destacou ainda que os casos de microcefalia tendem a impactar diretamente o Judiciário, devido à demanda de pais em busca de recursos para tratamentos dos bebês vítimas da mal formação. Segundo ele, "haverá uma demanda gigantesca por medicamento e tudo o que se precisa para cuidar de uma criança com microcefalia".
Osmar Terra defendeu ainda direito a pensão especial para vítimas de microcefalia. De acordo com ele, uma criança gasta, em média, R$ 35 mil anuais com acompanhamento médico e remédios.
Antes da epidemia de zika, a média anual no Brasil era de 170 casos de microcefalia. A estimativa é que, em 2016, sejam notificados 50 mil casos de bebês com microcefalia. A cada semana, o número de registros aumenta de 5 a 10% o número de notificações, segundo o deputado Osmar Terra.