São Paulo — O segundo suspeito de participar do assassinato de Vinícius Gritzbach, delator do PCC, no último dia 8 no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, era sócio do homem apontado como olheiro do crime, além de já ter sido testemunha de defesa dele em um processo por posse de drogas. Ambos tiveram a prisão decretada pela Justiça.
Em 2022, Kauê do Amaral Coelho (à esquerda na foto de destaque), identificado pelas autoridades como o olheiro da quadrilha que executou Gritzbach no aeroporto, foi preso por suspeita de tráfico de drogas. Na ocasião, ele foi flagrado com 1.009 comprimidos de tenanfetamina (MDA), popularmente conhecida como “bala”.
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Ao longo desse processo, Matheus Augusto de Castro Mota (na foto principal à direita), que teria dado apoio a Kauê para monitorar os passos de Gritzbach no aeroporto, afirmou em depoimento que os dois eram “amigos próximos” e sócios de uma adega — a informação foi confirmada por Kauê, também em depoimento.
O juiz Marcus Alexandre Manhães Bastos, da 30ª Vara Criminal da Barra Funda, afirmou que os testemunhos mostraram ser “bastante crível que, de fato, naquela ocasião, [Kauê] tenha adquirido a droga para uso pessoal, ao longo de certo espaço de tempo”.
O magistrado desclassificou a denúncia por tráfico oferecida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e condenou Kauê somente por porte de drogas.
Investigações
Na última segunda-feira (18/11), a Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária de Kauê. Ele foi identificado com a ajuda das imagens de câmeras de segurança do aeroporto. A força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) estipulou uma recompensa de R$ 50 mil para quem tiver informações sobre o paradeiro dele.
Uma investigação do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) identificou que Kauê teria avisado aos assassinos de Vinícius Gritzbach o momento em que ele se encontrava no saguão do aeroporto. O suspeito teria acionado uma espécie de alarme sonoro de dentro do aeroporto para alertar criminosos que estavam em um carro do lado de fora. O alarme foi localizado no carro usado pelos assassinos.
A execução do delator
Gritzbach foi executado no último dia 8 de novembro, na frente de sua namorada e de dezenas de testemunhas, na área de desembarque do Terminal 2 de Cumbica. Foram disparados, ao todo, 29 tiros de fuzil — 10 disparos atingiram a vítima. Ele era jurado de morte pelo PCC e acabara de retornar de uma viagem ao Nordeste, onde permaneceu sete dias com a namorada e seguranças particulares, entre eles um policial militar.
Minutos após a execução, os atiradores embarcaram em um Volkswagen Gol preto e fugiram do local. O veículo foi captado por câmeras de monitoramento antes do crime. O carro dá ao menos três voltas no acesso da plataforma de desembarque que seria usada por Gritzbach.
Após o alerta do olheiro, o Gol preto foi deslocado para a frente de um ônibus da Guarda Civil Municipal de Guarulhos, de onde a dupla de atiradores desembarcou.
Até agora, nenhum assassino foi preso e pelo menos 13 policiais são investigados pelo crime: oito militares que faziam a escolta do empresário e cinco policiais civis que foram denunciados por Gritzbach por corrupção em delação.
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