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Cônsul alemão preso por suspeita da morte do marido é transferido para presídio no Rio

Defesa do cônsul deu entrada em um habeas corpus, mas o pedido foi negado pelo plantão judiciário na manhã desse domingo (7)

O cônsul Uwe Herbert Hahn, lotado no Consulado da Alemanha no Rio, foi transferido para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, por volta das 11h desse domingo (7).

Uwe foi preso no começo da noite desse sábado (6) pela morte de seu marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot. Ele disse que o marido sofreu um mal súbito, na noite da sexta-feira (5), bateu a cabeça e morreu. Mas o laudo do IML (Instituto Médico Legal) constatou inúmeros ferimentos na cabeça e no corpo de Biot.

Na manhã deste domingo, a defesa do cônsul deu entrada em um habeas corpus, mas o pedido foi negado pelo plantão judiciário.

Surto e queda

Em depoimento, o cônsul contou que o marido teria entrado em surto e começou a correr em direção ao terraço. Ele disse que o marido tropeçou no carpete e caiu com o rosto no chão e fez alguns barulhos, que ele não sabe informar se seriam gemidos ou dor.

Uwe contou que estava na cozinha preparando uma massa, quando ocorrer a queda e que ela não sabe dizer se o marido bateu com a cabeça em alguma mobília ou no chão.

O cônsul ainda disse que ficou desesperado e chegou a dar um tapa nas nádegas de seu marido para tentar reanimá-lo e que depois foi até a portaria para pedir ajuda ao porteiro, que acionou o Samu.

Lesão na parte posterior

De acordo com o laudo, a lesão que provocou a morte de Biot foi traumatismo craniano na parte posterior do corpo. Contudo, o marido relatou que a vítima caiu de frente para o chão.

"Trauma craniano, em que pese não ter provocado fratura, ainda assim é passível de lesão intracraniana pelo impacto (golpe), contragolpe e aceleração-desaceleração do cérebro móvel", indica o perito, que não descarta nenhuma possibilidade no momento da queda, até que o corpo tenha girado e batido em algum outro lugar.

Em função disso, ele ressaltou que aguarda a perícia do local e exame toxicológico para definir outras possibilidades.

Morte violenta

A análise do corpo no IML e a perícia no apartamento do casal, em Ipanema, mostraram que o belga foi alvo de uma morte violenta, de acordo com a polícia.

"A conclusão foi baseada na perícia técnica e a versão apresentada pelo cônsul de que a vítima se exasperou e caiu, ela está na contramão das conclusões do laudo pericial. Ele aponta diversas equimoses, inclusive na área do tórax, que seria compatível com pisadura. Lesões compatíveis com agressão por instrumento cilíndrico. O cadáver grita as circunstâncias de sua morte", disse a delegada Camila Lourenço, da 14ª DP, ao justificar o pedido de prisão do cônsul.

Inicialmente, o Samu foi chamado para socorrer Walter, mas o médico encontrou o belga já em parada cardiorrespiratória e com lesões no corpo — em especial, uma na cabeça e outra nas nádegas —, a equipe não quis atestar a morte e o corpo foi encaminhado para o IML.

Perícia mostrou marcas no corpo e limpeza no apartamento

O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon). A perícia da Polícia Civil foi chamada e encontrou situações suspeitas no lugar.

A primeira delas é que o apartamento havia sido limpo por uma secretária do cônsul. Ela disse que providenciou a limpeza porque um cachorro estaria lambendo poças de sangue.

Os peritos também detectaram manchas de sangue em uma poltrona, que parecia ter sido recém-lavada.

Os investigadores devem usar luminol, substância que reage a manchas de sangue, em uma nova perícia.

O casal estava junto havia 23 anos, e morava havia quatro anos no Rio. Na delegacia, o cônsul disse à polícia que o marido estava triste porque o casal estava de mudança para o Haiti. Walter faria 53 anos no próximo sábado.