Um balanço da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) aponta que o apagão que atinge a região metropolitana desde sexta-feira (11/10) já impôs prejuízos de R$ 1,65 bilhão aos setores de varejo e de serviços. A falta de energia ainda afeta cerca de 250 mil imóveis na Grande São Paulo.
Em nota, a entidade informou que o cálculo se baseia nas perdas brutas, ou seja, o faturamento que os dois setores deixaram de registrar no período do blecaute.
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“Esse valor deverá ser maior, porque a empresa responsável pela distribuição de energia, a Enel, ainda não forneceu respostas concretas sobre o retorno do serviço à totalidade dos imóveis que dependem da rede”, disse a entidade.
Os números da Fecomercio indicam que só o varejo paulistano teve prejuízos de pelo menos R$ 536 milhões. “No caso dos serviços, as perdas somaram R$ 1,1 bilhão”, informou.
Os dados levam em conta, segundo a Fecomercio, que o comércio de São Paulo tende a faturar nos fins de semana, em média, R$ 1,1 bilhão por dia, enquanto os serviços têm receitas de R$ 2,3 bilhões.
A federação informou, ainda, que está trabalhando desde sexta-feira para colaborar com os setores mais afetados pelo novo apagão, além de dialogar com autoridades, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Prefeitura de São Paulo. A entidade também cobra da Enel que “faça a restauração da distribuição com o máximo de urgência possível”.
Na atualização mais recente, divulgada na manhã desta terça-feira (15/10), a Enel informou que “tem trabalhado incessantemente, desde a noite de sexta-feira, quando a área de concessão foi atingida por rajadas de vento de até 107 km/h, provocando danos severos na rede elétrica”.
“A companhia reforçou as equipes próprias em campo, recebeu apoio de técnicos de outras distribuidoras e deslocou profissionais de outros estados. Até as 6h de hoje (15/10), cerca de 1,8 milhão de clientes tiveram a energia restabelecida. Técnicos da distribuidora seguem atuando para restabelecer o serviço para cerca de 250 mil clientes na Região Metropolitana de São Paulo”, informou a Enel, em nota.
Quarto dia de apagão
O apagão entrou, nesta terça-feira, no quarto dia. A capital tem sido a área mais castigada pelo blecaute, principalmente a zona sul. Na noite dessa segunda-feira (14/10), moradores da região fizeram protestos nas ruas, com bloqueio de vias e panelaço, para cobrar o retorno da energia elétrica.
Jabaquara, Santo Amaro, Pedreira e Campo Limpo, todos na zona sul, estão entre os bairros mais afetados no momento. Outras cidades prejudicadas com a falta de luz na Grande São Paulo são Cotia, Taboão da Serra e São Bernardo do Campo.
Além da falta de luz, houve um rastro de mortes e destruição no estado. De acordo com a Defesa Civil do estado, sete pessoas morreram em consequência das chuvas: três em Bauru, no interior, duas em Cotia e uma em Diadema, na Grande São Paulo, e uma na capital paulista.
O apagão ainda afetou o abastecimento de água em diversas regiões. Segundo último boletim da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), divulgado na noite dessa segunda-feira (14/10), a operação do abastecimento de água foi retomada na maioria das regiões afetadas pelo apagão de energia na Grande São Paulo.
Semáforos desligados
Muitos semáforos foram desligados durante o temporal, e em alguns cruzamentos da capital a situação se arrasta. Em nota ao Metrópoles, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que o apagão provocou o desligamento de 187 faróis.
Às 7h desta terça-feira, ainda havia 48 equipamentos apagados por falta de energia. “As equipes de campo estão nas ruas para auxiliar na fluidez do trânsito e na segurança da população”, disse o órgão.