O presidente da Enel, Guilherme Gomes Lencastre, afirmou nesta quinta-feira (17/10), durante coletiva de imprensa, que 36 mil imóveis na cidade de São Paulo estão sem energia, e que isso representa “uma operação muito próxima da normalidade do nosso negócio”. O problema não tem relação com o apagão que atingiu a região metropolitana na semana passada — segundo a concessionária, todos os clientes afetados pelo blecaute já tiveram a energia restabelecida.
De acordo com o presidente da concessionária, a empresa funciona com esse patamar de desabastecimento normalmente. “Nós temos 8,2 milhões de clientes. Numa operação normal, esse número oscila, inclusive entre esse patamar de 36 mil ou até um pouco mais”, disse.
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Os casos de falta de energia da manhã desta quinta-feira não se relacionam, segundo Lencastre, com os clientes que ficaram continuamente sem luz desde o temporal de sexta-feira. Porém, o executivo admitiu em seguida que “é possível que existam alguns casos ainda de clientes mais antigos. E esses são os prioritários que nós vamos restabelecer a partir de agora”.
Durante a coletiva, o presidente da Enel apontou que as redes da cidade de São Paulo foram construídas há década, “há mais de 100 anos”, e que, por isso, “o restabelecimento do sistema requer planejamento”.
Lencastre também disse que, apesar da “operação normal”, a concessionária está “mantendo a operação [de atendimento] como se ainda estivéssemos em crise, apesar de não estarmos mais em crise”.
Apagão em São Paulo
Na sexta-feira, mais de 2 milhões de moradores da capital e da Grande São Paulo ficaram sem luz após um temporal. Cinco dias depois, contudo, cerca de 100 mil imóveis ainda permaneciam sem energia elétrica na cidade.
A demora para o reestabelecimento da luz levou a uma série de questionamentos contra a Enel, acusada de graves falhas no fornecimento do serviço e de demora no atendimento de clientes. Um levantamento realizado pelo Metrópoles verificou que a concessionária reduziu em mais de R$ 100 milhões seus investimentos em manutenção no primeiro semestre deste ano em São Paulo.
Na terça-feira (15/10), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e prefeitos de 15 cidades da Região Metropolitana de São Paulo entregaram carta ao ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, relator de uma auditoria sobre os contratos de concessão da distribuidora de energia, solicitando que seja determinada intervenção federal na empresa ou suspensão do contrato.