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Carta de autor do ataque à escola em SP cita bullying, tristeza e ódio

Em mensagem escrita antes do ataque, adolescente pede desculpas à mãe, ao irmão, à tia e à avó

O adolescente de 13 anos que matou uma professora e feriu cinco pessoas na Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo, deixou uma carta para a família, antes do crime, em que pedia desculpas e contava que passou dois anos planejando o ataque.

No bilhete, o adolescente indica que bullying, tristeza e ódio o levaram a fazer "uma besteira".

A carta é endereçada à mãe, ao irmão, à tia e à avó. Não há menção ao pai, que estava na delegacia nesta terça-feira (28) enquanto o adolescente prestava depoimento.

Na mensagem, ele pede desculpas por decepcionar os parentes e diz que sente muito. O adolescente também afirma que escondeu da família o que sentia, exibindo um sorriso em vez de se expressar.

Os manuscritos são acompanhados de desenhos. Nas folhas de caderno há imagens de um par de olhos e uma lâmina.

O adolescente chegou a anunciar o ataque nas redes sociais. No Twitter, ele lamenta a falta de "um armamento decente" para realizar o ataque.

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Nas redes sociais, o jovem também fazia referências ao autor do massacre de Suzano, em 2019.

Em sua conta no Twitter, ele usava o nome Taucci e uma sequência de números. Taucci é o sobrenome do garoto que abriu fogo contra colegas em Suzano há quatro anos.

Durante o ataque, o agressor usava uma máscara sobre o nariz e a boca com o desenho de uma caveira. É a mesma utilizada tanto pelos atiradores de Suzano quanto pelo adolescente que atacou duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, em novembro do ano passado. A indumentária é símbolo de supremacistas americanos.

A Polícia Civil deve vasculhar perfis de redes sociais e aparelhos eletrônicos apreendidos na casa do jovem para saber, principalmente, se ele foi incentivado ou auxiliado por alguma pessoa. Mais vítimas e testemunhas devem ser ouvidas nesta terça —ao menos 32 pessoas já prestaram depoimento.

"Esse trabalho de rastreamento dos perfis, redes sociais, é importante para sabermos se houve algum incentivo, algum induzimento, algum tipo de ação, e se alguém efetivamente participou dos ataques de ontem", disse o delegado Marcus Vinicius Reis, do 34º DP.