Atualmente ouve-se falar muito a respeito de diferentes tipos de dieta: low carb, mediterrânea, cetogênica, anti-inflamatória, sem glúten... mas afinal, qual delas é a melhor?
Primeiramente, devemos entender que cada uma dessas estratégias nutricionais foram desenvolvidas e são utilizadas baseadas em condições diversas. De fato, todas elas possuem sua determinada indicação e aplicação a depender do contexto, e é justamente por este motivo que nenhuma é superior à outra. Logo, pessoas diferentes necessitam de estratégias diferentes, bem como uma mesma pessoa pode aderir e se beneficiar com diferentes estratégias ao longo da sua vida.
Leia também
Cada ser humano é um organismo único, isto é, possui aspectos genéticos, metabólicos e bioquímicos individuais, portanto diferente dos demais indivíduos. Então como um único tipo de dieta poderia ser ideal para todas as pessoas? Seria pretensioso acreditar que uma única estratégia alimentar se encaixaria em todas as culturas, idades, patologias, rotinas, preferências e demais condições de vida.
Uma criança que nasce com APLV (alergia à proteína do leite de vaca) por exemplo, possui uma restrição específica aos alimentos que contem leite, assim como os celíacos possuem restrição ao glúten, e caso esta restrição não seja respeitada pode trazer consequências graves à sua saúde. Porém, esta condição pode vir a se reverter com o tempo, e esta mesma criança poderá então iniciar o consumo de tais alimentos sem quaisquer danos à sua saúde. Já no caso de uma pessoa que não possui nenhuma alergia ou intolerância relacionada, não há razão para excluir tais alimentos da sua rotina. Seguindo o mesmo exemplo, essa criança alguns anos depois pode evoluir para um quadro de obesidade, onde já seria interessante a adoção de uma estratégia nova e mais adequada, como uma dieta anti-inflamatória, antioxidante, mais natural e menos processada como a Mediterrânea, com foco no emagrecimento saudável.
Citando outros exemplos de dieta, a Cetogênica, que ganhou reconhecimento como estratégia de emagrecimento, na verdade é muito mais indicada no controle das convulsões em pacientes com epilepsia. Da mesma forma que a dieta DASH, reduzida em sódio e gorduras, é uma ótima recomendação para pacientes com HAS (hipertensão arterial sistêmica), e a dieta Low carb, reduzida em carboidratos refinados e açúcares, é uma excelente estratégia para pacientes diabéticos.
Então como saber qual a melhor estratégia para a sua rotina e estado de saúde?
Apenas um profissional qualificado pode te ajudar nessa escolha. O nutricionista é responsável por fazer o diagnóstico nutricional, avaliando perfil clínico e bioquímico, além de diversos aspectos ambientais, culturais, hábitos de vida e de alimentação, para somente então escolher a estratégia mais adequada dentro dos parâmetros e necessidades atuais de cada um. Pacientes com condições clínicas específicas precisarão de estratégias de tratamento individualizadas e direcionadas para cada caso.
Porém, se você não possui agravantes de saúde que mereçam uma maior atenção profissional, a única estratégia que pode ser citada como benéfica a todos os indivíduos é a melhoria dos hábitos alimentares de forma gradual, também conhecida como Reeducação Alimentar, que pode ser feita a qualquer momento da vida tendo como objetivo principal a melhoria da saúde, disposição, composição corporal e qualidade de vida. Uma estratégia alimentar adequada não precisa carregar nenhum outro nome além do seu!
Virgínia Oliveira
Nutricionista especialista em Nutrição Funcional e Ortomolecular.
@nutri_virginiaoliveira
App Gazeta
Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos
