O painel sobre mobilidade e segurança viária no Gazeta Summit reuniu autoridades em educação no trânsito de Alagoas e do Paraná, na tarde desta segunda-feira (17), e apresentou dados impressionantes de violência no trânsito. A cada ano, são 1,3 milhão de mortes e 50 milhões de feridos em sinistros no mundo inteiro.
O debate reuniu o doutor em urbanismo e chefe de segurança no Trânsito do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Alagoas, Renan Silva; Antonio Monteiro, responsável pela Educação no Trânsito no Detran/AL; e Marcel Cabral, do Detran Paraná. O painel foi mediado pelo secretário nacional de Trânsito, Adrualdo Catão.
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Renan abriu a discussão fazendo alusão à proteção da vida da filha, por entender que o trânsito precisa ser estudado e planejado de modo a garantir a segurança de todos. E citou um dado que precisa ser levado em consideração neste planejamento: quase 40% dos deslocamentos das pessoas são realizados a pé e de bicicleta, feitos não por escolha, mas por necessidade.
“Mobilidade não é somente trânsito, mas envolve um universo de oportunidades e discussões sobre transporte, uso do solo e trânsito. Precisa-se ter qualidade no sistema para que as pessoas se distribuam entre as variáveis disponíveis. O foco precisa ser o transporte coletivo e que apresente benefícios para a sociedade”, explicou.
Segundo ele, um grande desafio dos gestores é criar uma cidade caminhável, que eleva em 70% o número de empregos a partir do investimento em transporte público.
Marcel Cabral elogiou o evento promovido pela Gazeta e reforçou a necessidade de se debater temas ligados à mobilidade urbana e, especificamente, a segurança no trânsito e a redução dos riscos. Ele defendeu um volume maior de investimentos em segurança viária, com sinalização eficiente e a ampliação da malha cicloviária nas cidades, como alternativas seguras para proteção dos usuários do trânsito.
Já Antônio Monteiro destacou a frota de motos, mencionando que, somente em 2022, 618 pessoas perderam a vida em Alagoas em acidentes com esses veículos. Desse total, 238 motociclistas estavam sem habilitação, representando 38% do total de óbitos. Ele revelou que a frota de Alagoas tem 400 mil motos, bem diferente das 4 mil que circulavam na cidade na década de 1990.
Monteiro fez uma defesa contundente do transporte ativo, ressaltando os avanços de Maceió neste sentido (com o aumento da malha cicloviária), mas cobrou investimentos maiores para alcançar maior número de habitantes.
Ele revelou que apenas 18 dos 102 municípios estão ligados ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT) e mostrou que, dos 30 municípios com maiores registros de mortes no trânsito, 17 não possuem órgãos específicos de trânsito.