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Painelistas apontam que mobilidade urbana ainda tem muito a evoluir em relação aos PCDs

Falta de calçadas rebaixadas, sinalização, piso tátil e condições de transporte público são algumas das reclamações


				
					Painelistas apontam que mobilidade urbana ainda tem muito a evoluir em relação aos PCDs
Gazeta Summit Mobilidade aconteceu nesta segunda-feira (17). Felipe Sóstenes

Os desafios e soluções da mobilidade urbana para Pessoas com Deficiência (PCDs) foi o tema do quinto e último painel do Gazeta Summit Mobilidade, que aconteceu nesta segunda-feira (17).

Participaram do debate as professoras da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Neíza Fumes e Maria Dolores, a assistente social Danielly Spósito e o presidente da comissão de acessibilidade da Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (ADEFAL), Ricardo Nonato. A mesa foi mediada pela pedagoga Daniela Barros.

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Nonato explicou as dificuldades para cadeirantes em relação ao transporte público das cidades, com riscos em atividades consideradas simples, como subir em um ônibus.

“Faltam cabines rentes à calçada. Há um desnivelamento grande, então, às vezes, temos de ficar na rua, vulneráveis a motociclistas e ciclistas que nem sempre têm a paciência de esperar. Dentro do transporte, falta um piso tátil e mais espaço. É uma luta que está ganhando espaço, mas ainda falta bastante”, disse ele.

Danielly Spósito trouxe a discussão também para as pessoas portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ela mostrou algumas perguntas e respostas oferecidas por pessoas que ela entrevistou.

“Temos que entender as particularidades dessas pessoas. Nesse caso, por exemplo, a sugestão é de coisas simples: ‘Oferecer tapador de ouvido e óculos de sol seria um bom começo, além de um lugar de descanso, caso estejam passando por crise ou sobrecarga sensorial’", disse.

Já a professora Neíza Fumes falou sobre as dificuldades gerais dos PCDs, como o transporte público, acesso a prédios públicos, baixo acesso às áreas de lazer, escassez de vagas em estacionamentos ou o uso indevido delas e a dificuldade em exercer seus direitos.

“Uma pessoa com deficiência está, muitas vezes, isolada em sua casa, com dificuldade para ir até a um posto de saúde, por exemplo. Em Maceió, as pessoas reclamam de que o transporte é muito distante, de que os ônibus estão cheios e alguns com elevadores quebrados, e até que não há piso tátil no shopping. São coisas corriqueiras que privam a pessoa com deficiência de direitos básicos”, analisou.

A professora Maria Dolores ressaltou que as dificuldades que ela, cadeirante, enfrenta ferem especialmente o seu direito de ir e vir.

“Se eu quiser sair daqui, por exemplo, e ir para a praia, eu não consigo chegar nem no restaurante do outro lado. O local onde tem a faixa de pedestre não dá acesso a nada, porque não tem calçada rebaixada do outro lado da via. São coisas assim que dificultam bastante”, contou.

Antes de iniciarem suas falas, as palestrantes também se apresentaram conforme suas características físicas, em audiodescrição, para contemplar todos os presentes.

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