Faltando menos de um mês para as eleições, a campanha começa a chegar, ainda que timidamente, às ruas de Maceió. A redução no número de candidatos, uma disputa morna pela vaga de prefeito, o peso da tradição familiar e, principalmente, do poder já constituído, marcam a corrida eleitoral tanto para prefeito quanto para vereador.
O favorito na majoritária, João Henrique Caldas (JHC), é neto e filho de políticos tradicionais, e agora trabalha para garantir uma vaga no Senado para sua mãe, ao escolher Rodrigo Cunha como seu candidato a vice.
Se eleito, o senador abrirá mão de mais de dois anos de mandato, permitindo que Eudócia Caldas – que já foi prefeita de Ibateguara e ajudou no início da carreira política do filho – assuma a vaga no Senado.
O tradicionalismo também é uma marca forte na Câmara Municipal de Maceió. Dos atuais 25 vereadores, a maioria vem de famílias com longa trajetória na política local, e muitos devem ser reeleitos ou conseguirão eleger parentes e aliados. Entre os exemplos estão:
- Galba Netto, filho de Galba Novais Filho e neto de Galba Novais;
- Francisco Hollanda e Fernando Hollanda, membros de uma das famílias mais tradicionais da capital, seus pais foram vereadores e deputados;
- Teca Nelma, que busca a reeleição seguindo os passos da mãe, Tereza Nelma, ex-vereadora e deputada federal;
- Davi Davino, de família tradicional em Maceió e cuja esposa, Rose, tem mandato na Assembleia Legislativa;
- Silvânia Barbosa, esposa do deputado estadual Marcos Barbosa;
- Olívia Tenório, filha da ex-prefeita de Chã Preta, Rita Tenório, e do deputado estadual Francisco Tenório;
- Gaby Ronalsa, filha do ex-vereador Carlos Ronalsa e irmã do deputado estadual Dudu Ronalsa, candidata a vice-prefeita;
- Zé Márcio Filho, filho de Zé Márcio, ex-vereador, e irmão do deputado estadual Lelo Maia;
- Samyr Malta, filho do ex-deputado César Malta;
- Marcelo Palmeira, enteado do ex-senador e prefeito de Barra de São Miguel, Benedito de Lira;
- Aldo Loureiro, irmão do ex-deputado estadual Leo Loureiro;
- Kelman Vieira, marido da deputada estadual Flávia Cavalcante.
Outras Vias
Alguns vereadores chegaram à Câmara Municipal de Maceió por outros caminhos, apesar de pertencerem, em alguns casos, a famílias tradicionais em outros setores. Sua atuação profissional, militância política, trabalho comunitário ou apoio de políticos dos quais foram assessores também desempenhou papel importante. Entre eles estão:
- Eduardo Canuto (esportista e comunicador),
- Francisco Sales (líder comunitário e empresário, que não vai disputar reeleição),
- Valmir Melo e Cleber Costa (médicos),
- Brivaldo Marques, Cal Moreira, Siderlane Mendonça, Luciano Marinho, João Catunda, Leonardo Dias e Joãozinho (ex-assessores de políticos ou com atuação em movimentos de bairros),
- Pastor Oliveira Lima (pastor da Universal).
Renovação Limitada
Feitas as contas, são 12 vereadores que chegaram à Câmara por outros caminhos e 13, mais que o dobro, pela forte tradição e estrutura familiar. E que ninguém se engane: a perspectiva de renovação para as eleições deste ano é baixa. As chances de reeleição estão estimadas entre 70% e 80%. Se confirmado, teremos de seis a oito novos vereadores na próxima legislatura, já considerando o aumento de vagas para 27.
A influência das famílias tradicionais e do poder já estabelecido, tanto na prefeitura quanto na Câmara, continua sendo uma força determinante na política de Maceió.
Outros integrantes de famílias tradicionais, que estão fora do mandato, tentam voltar à Câmara de Vereadores. Mas essa é outra história.