Hoje, às portas do início da temporada 2025, uma medida emergencial impacta diretamente o futebol alagoano. Após uma reunião no Ministério Público, foi firmado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que reduz a capacidade do Estádio Rei Pelé para apenas 10 mil torcedores no jogo de abertura entre CSA e Barcelona (BA). A restrição decorre de reformas na principal rampa de acesso e na passarela que conecta a rampa à Grande Arquibancada, setor mais afetado pelas obras e que apresenta riscos estruturais significativos.
Caso o CSA avance para a segunda fase da Pré-Copa do Nordeste, a capacidade será ampliada para 13 mil torcedores, mas a limitação continuará nos próximos três meses, período previsto para a conclusão das obras. Apesar de parecer um ajuste simples, o cenário exige atenção máxima, já que o setor afetado contará com apenas uma saída de emergência. Situações assim evocam tragédias recentes, como o desabamento da Fonte Nova em 2007 e o trágico episódio ocorrido na Indonésia, em outubro de 2022, onde 125 pessoas morreram e mais de 320 ficaram feridas após uma ação policial desastrosa. O uso de gás lacrimogêneo gerou pânico entre os torcedores, que correram em massa, resultando em mortes por asfixia e pisoteamento.
Segurança em xeque
O TAC busca mitigar riscos, mas o histórico de improvisos e descumprimentos no futebol brasileiro deixa uma preocupação: será que os limites impostos serão respeitados? Superlotação e improvisos no controle de público podem transformar o estádio em uma armadilha. O caso da Indonésia é um lembrete de como a falta de planejamento e ações equivocadas podem resultar em tragédias. No Rei Pelé, o foco precisa ser a segurança, garantindo que nenhuma vida seja colocada em risco.
Responsabilidade compartilhada
Neste cenário, todos os envolvidos têm um papel a cumprir. O Ministério Público, a FAF, a SELAJ e os clubes precisam garantir o cumprimento das obras e a segurança dos torcedores. Já a “bancada da bola”, formada por deputados como Remi Calheiros, Marcos Barbosa, Silvio Camelo e Alexandre Ayres, tem a oportunidade de ajudar acelerar a liberação de recursos e cobrar agilidade no cronograma. A solução exige responsabilidade e eficiência de todos.
Um início turbulento para 2025
O ano de 2025 já expõe os desafios estruturais e organizacionais do futebol alagoano. O rebaixamento antecipado do Igaci e a redução da capacidade do Rei Pelé são reflexos de problemas que vão além do campo. Com uma limitação de público que afeta diretamente a arrecadação e a experiência do torcedor, o futebol local começa o ano em desvantagem.
Que os episódios recentes sirvam de alerta para que a segurança do torcedor seja a prioridade absoluta. Tragédias como as da Fonte Nova e da Indonésia não podem se repetir. O Estádio Rei Pelé, único no mundo a carregar o nome do maior ícone do futebol, merece ser respeitado como símbolo do legado do Rei, que nos deixou há tão pouco tempo. Honrar o nome de Pelé significa garantir que esse espaço continue sendo palco de celebrações, marcado pela segurança, pela organização e pelo cuidado com quem mantém viva a paixão pelo futebol: o torcedor.