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A influência das redes no Futebol .

BLOG DO
Blog do Marlon

Pressão na Era Digital


			
				Pressão na Era Digital
A influência das redes no Futebol .. Marlon Araújo

No cenário esportivo atual, a influência de programas esportivos e das redes sociais na formação de opiniões é inegável, especialmente no futebol. A pressão por resultados é tão intensa que, em muitos casos, atletas e técnicos são julgados e “demitidos” pela opinião pública antes mesmo de terem tempo para mostrar seu trabalho. Mas onde nasce essa pressão: nas análises técnicas dos programas esportivos ou nas manifestações rápidas e, muitas vezes, passionais das redes sociais?

Historicamente, programas esportivos sempre desempenharam um papel crucial no debate futebolístico. Comentaristas, ex-jogadores e analistas técnicos oferecem discussões fundamentadas, analisando desempenhos e decisões táticas com base em experiências e estudos. Essas opiniões têm o peso da credibilidade, e, muitas vezes, influenciam diretamente a visão de torcedores e dirigentes.


			
				Pressão na Era Digital
Impacto Digital. Marlon Araújo

Por outro lado, as redes sociais trouxeram uma revolução. Agora, qualquer torcedor pode se manifestar publicamente, dando início a movimentos que, muitas vezes, se transformam em pressão coletiva. Frases como “dispensa fulano!” ou “chega desse técnico!” viralizam em minutos, criando um ambiente hostil e exigente, onde as emoções dominam a razão. Essa pressão, amplificada por memes, hashtags e influenciadores digitais, chega rapidamente aos clubes e, em muitos casos, aos próprios atletas e treinadores.

A responsabilidade nas palavras: programas tradicionais x redes sociais

Um aspecto que merece destaque é a responsabilidade. Comentaristas esportivos, mesmo sendo figuras públicas, trabalham com um compromisso ético de analisar friamente os fatos e oferecer uma visão equilibrada, baseada em desempenho, estatísticas e contexto. Por outro lado, nas redes sociais, o discurso é frequentemente guiado pela emoção. Qualquer lance errado, perda de gol ou decisão equivocada pode transformar um jogador ou técnico no “vilão da temporada” em questão de horas.


			
				Pressão na Era Digital
Reprodução TV Globo - 19.1.2025 Luciano Huck e Carlinhos Maia no 'Domingão com Huck'

Recentemente, durante o programa “Domingão do Huck”, o apresentador Luciano Huck fez um importante alerta sobre a responsabilidade ao comunicar, dirigindo seu recado a influenciadores de maneira geral. Sua mensagem reforçou o impacto que as palavras têm na vida de outras pessoas, especialmente quando se fala para milhões. No futebol, onde a paixão é tão intensa, essa responsabilidade se torna ainda mais relevante. Um comentário mal colocado pode destruir reputações, enquanto um discurso consciente pode ajudar a construir um ambiente mais justo e equilibrado.

Análise crítica x senso comum

É inegável que a imprensa esportiva e as redes sociais caminham lado a lado hoje em dia. Muitos jornalistas utilizam suas plataformas digitais para ampliar suas análises, e isso aumenta ainda mais a necessidade de cautela. Não basta apenas emitir uma opinião técnica; é necessário entender o alcance e a repercussão dessas palavras.

Para dirigentes e torcedores, a reflexão deve ser constante. Será que a dispensa de um jogador ou técnico é mesmo a solução? Ou estamos apenas cedendo à pressão das redes sociais, sem avaliar o contexto? Da mesma forma, cabe aos profissionais da comunicação esportiva manter o compromisso de buscar a verdade, ir além do senso comum e resistir à tentação de “surfar” nas ondas das narrativas emocionais.

No futebol, a responsabilidade ao comunicar é tão importante quanto a capacidade de analisar. Em um ambiente onde resultados falam mais alto, a paciência tem sido uma virtude rara. Programas esportivos e redes sociais têm papéis complementares na formação de opiniões, mas o compromisso com a ética e a análise equilibrada deve ser prioridade. Afinal, o impacto das palavras vai muito além das arquibancadas virtuais ou televisivas. Ele pode definir carreiras, moldar decisões e, em última instância, transformar o futebol — para o bem ou para o mal.

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