
O CRB construiu uma vitória incontestável neste domingo, goleando o CSE por 5x1 no Juca Sampaio, em Palmeira dos Índios. Com apenas sete minutos de jogo, o placar já marcava 2 a 0, gols de Rafinha e David. Ainda no primeiro tempo, Miranda ampliou para 3 a 0. Na etapa final, David fez mais um, e Anselmo Ramon fechou o placar aos 44 minutos. O gol de honra do Tricolor foi marcado por Geovânio, aos 39 minutos. A derrota custou o cargo do técnico Fernando Tonet, após três tropeços consecutivos no Alagoano.
O que chama atenção, no entanto, é a forma como as percepções mudam rapidamente no futebol. Após o empate contra o ASA no primeiro jogo do ano, críticas ferozes invadiram as redes sociais, classificando jogadores e até o time inteiro como “fracos” e “sem futuro”. Hoje, após uma goleada, muitos desses mesmos nomes já são tratados como essenciais.
Precipitação não combina com futebol

O futebol exige tempo e paciência, especialmente em momentos de reconstrução. O primeiro jogo do CRB, em Arapiraca, não deveria ter sido avaliado com conclusões tão definitivas. Um novo técnico está implementando um modelo de jogo, o elenco passou por grande reformulação, e os jogadores estão se readaptando após férias. Tudo isso em um período de preparação de apenas 20 dias.
Mesmo com a goleada sobre o CSE, é importante reconhecer que este ainda é um time em construção. No entanto, alguns pontos positivos já podem ser observados: uma postura mais vertical, maior intensidade no terço final e um jogo com finalizações frequentes. Destaques individuais, como Rafinha de Meia centralizado (10), agora jogando mais próximo do gol e criando chances, e David na sua posição extremo pelo lado esquerdo, com dois gols e maior participação ofensiva, mostram evolução. Anselmo Ramon, com força física e inteligência tática, também merece menção.
O CRB soube controlar o ritmo e se poupar para uma semana que promete ser desafiadora, demonstrando maturidade e foco.
Imediatismo nas redes sociais
O que fica dessa partida é uma reflexão sobre o imediatismo nas análises, especialmente nas redes sociais. O futebol, como qualquer trabalho, precisa de tempo para evoluir e apresentar resultados consistentes. Cobranças exacerbadas e julgamentos precipitados não contribuem para a construção de um projeto sólido.
Para os que desdenham da vitória dizendo “Ah, foi contra o CSE”, uma rápida pesquisa revela o quanto é difícil golear no Juca Sampaio. Derrotas expressivas como essas são raras no estádio e requerem mérito do visitante.
Em 2018, por exemplo, o CSE perdeu fora de casa para Dimensão Capela (4x1) e Coruripe (4x1). Jogando em casa, sofreu 5x0 para o CSA em 2012. E em 2010, foi goleado por 5x1 pelo Corinthians Alagoano e 5x0 pelo ASA, ambos fora de Palmeira.
Esses dados servem como um lembrete de que goleadas assim têm um peso especial, mesmo quando o adversário vive um momento delicado.

O CRB ainda está longe de ser um time pronto, mas mostrou evolução e capacidade de dominar adversários em um campo historicamente difícil. Resta ao torcedor refletir sobre a importância de equilibrar a crítica e reconhecer o trabalho em progresso. Afinal, o futebol é um processo, não um milagre.