
Quem diria que o clássico alagoano seria tão vibrante? Em uma partida cheia de emoção, reviravoltas e um total de cinco gols, CSA e CRB entregaram um espetáculo raro em tempos recentes, superando os clássicos morosos e conservadores que estamos acostumados a ver.
O jogo foi uma aula de futebol proativo, com técnicos ousados, atuações em alto nível e situações que definiram o placar. Como já dizia Gal Costa, “vamos de volta ao começo”.
As escalações ditaram o ritmo
Higo Magalhães trouxe um CSA ousado, apostando em Tiago Marques e Igor Bahia no ataque e marcando os zagueiros acabava direcionando o CRB para sair pelo lado. Além disso, fez uso estratégico de Guilherme Cachoeira, atuando por dentro e com liberdade para desorganizar o sistema defensivo do CRB. Cachoeira foi decisivo ao marcar individualmente a saída de bola de Nathan Melo, impedindo que o CRB conseguisse construir seu jogo por dentro. Essa marcação estratégica neutralizou as tentativas de passes de ruptura que acionariam o terço final, impondo dificuldades ao modelo de Louser.

Do outro lado, Umberto Louser também ousou, escalando o melhor que tinha à disposição, mesmo enfrentando o desgaste de seus jogadores. Desde o início, o jogo deixou claro que seria intenso, físico e decidido no terço final, detalhe para o corredor central da segunda etapa com Danielzinho e Gegê atuando juntos .
A superioridade do CSA no primeiro tempo
Logo nos primeiros minutos, o CSA mostrou um domínio claro, apostando em bolas longas nos centroavantes e na habilidade de jogadores como Roberto e Brayann para quebrar as linhas do CRB. O primeiro gol veio cedo: o que planejou Higo aconteceu com perfeição, CSA direcionava a saída para o lateral e assim Vander saltava pressão do meio para lateral e Nicola impedia o atacar espaço de Erick Varão, Roberto roubou a bola encontrou Igor Bahia que rapidamente aciona Brayann no espaço que Higor Magalhaes chama de 'INTERVALOS", entre lateral e zagueiro, que, com um passe preciso, acionou Guilherme Cachoeira na infiltração. Um chute rasteiro, certeiro, abriu o placar.
Aos 2 a 0, o CSA ampliou em uma jogada que simboliza sua intensidade. Miranda protegeu uma bola aparentemente perdida, mas Cachoeira acreditou, desarmou, e deu a assistência para Tiago Marques marcar. O CRB, já abalado, ainda conseguiu reagir no final da primeira etapa com Gegê aproveitando um erro de marcação azulina, bola descoberta e achando Rafinha livre ele testou e fez o gol que deu vida nova ao CRB.
Reviravoltas no segundo tempo
Com mudanças estratégicas, o CRB tentou equilibrar o jogo. A entrada de Danielzinho e Matheus Pureza trouxe nova dinâmica ao time, que passou a ter mais posse, mas sem grandes oportunidades. Enquanto isso, o CSA aproveitava as transições rápidas e, em um jogo físico, quase ampliou em diversas ocasiões.
Quando Miranda empatou após rebote do goleiro Georgemy, o torcedor regatiano acreditou na virada histórica. Mas o CSA, com superioridade física evidente, voltou a se impor. Raphinha, fresco no jogo, venceu o duelo com esgotado fisicamente Nathan Melo e encontrou Tiago Marques, que se antecipou à defesa e marcou o gol da vitória, sacramentando o 3 a 2.
Destaques do jogo

Tiago Marques brilhou no clássico com dois gols, mostrando poder de decisão mesmo após dois pênaltis perdidos na rodada anterior.
Higo Magalhães, por sua vez, foi o grande destaque na área técnica, explorando as virtudes de seu time e as deficiências do CRB com maestria.
Arbitragem

Márcio dos Santos Oliveira conduziu a partida com inteligência, mesmo deixando de aplicar alguns cartões. As assistentes Brigída Cirilo e Maria de Fátima também se destacaram pela segurança nas decisões.
Esse clássico ficará marcado como um jogo à altura da rivalidade entre CSA e CRB, com um CSA superior e uma vitória que reafirma a competitividade azulina no cenário alagoano. Se mantiver esse nível de atuação, o time pode ser uma força relevante nos próximos desafios.